Nada. Foi um feriado prolongado recheado de nadas. Nenhum encontro; nenhuma ida a qualquer bar; nenhuma viagem; nenhuma festa. Nenhuma gaveta arrumada; nada de colocar o quintal em ordem; ou terminar uma leitura. Não visitei nenhuma amiga. Nem fiz nenhum procedimento de beleza. Não tive nenhum momento de tristeza; nenhum arrependimento ou mágoa. Nada me feriu, ou foi ferido por mim. Nada planejei, e nada realizei. E a culpa que sempre senti por estar quieta? Nada. Foi lindo ouvir meu silêncio; acolher-me pela manhã e olhar-me no espelho sem pressa, sem julgamentos. Foi tranquilizador não mandar, nem receber nenhuma mensagem de 'oi, sumido'. E ficar feliz porque tudo que tinha que sumir... Se foi. Precisei encher-me de mim, e o fiz quase como uma kamikaze. Transbordei sem limites, até esvaziar-me por completo, e lá, no meio do nada, deixe-me estar. E estive livre, leve, viva. Sem demandas. Sem julgamentos, nem pressões. Apenas um mulher que se permitiu. A cada experiência me vivencio como jamais imaginei. Não é preciso o outro. Nascemos sós, e é bom ficar assim. Precisamos sim de outras pessoas, mas não o tempo todo. Podemos querer estar com outras pessoas, mas nossa felicidade não deve depender disso. Abra-se ao nada. E ele te mostrará tudo.
domingo, 21 de abril de 2019
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