Em um rio caudaloso, largo e profundo sempre me apeguei as margens.
Minhas mãos sangravam para manter-me ali, meus ombros cansados pelo esforço pareciam pesar toneladas. Mas a margem em que me instalei tinha exatamente a bucólica e calma vista que eu desejara, que sempre planejei.
Até que um dia, ateou-se fogo a mata, e aquilo que parecera seguro, se foi.
Soltei as mãos, e deixei-me carregar leve por um rio cheio de surpresas - e sem fazer nenhum plano, jamais fui tão feliz.