segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Nas margens

 Em um rio caudaloso, largo e profundo sempre me apeguei as margens. 

Minhas mãos sangravam para manter-me ali, meus ombros cansados pelo esforço pareciam pesar toneladas. Mas a margem em que me instalei tinha exatamente a bucólica e calma vista que eu desejara, que sempre planejei.

Até que um dia, ateou-se fogo a mata, e aquilo que parecera seguro, se foi.

Soltei as mãos, e deixei-me carregar leve por um rio cheio de surpresas - e sem fazer nenhum plano, jamais fui tão feliz.

cura

Disseram-me que eu me curaria. Mas como me curar da própria vida, da própria história, daquilo que indiscutivelmente desenhou linhas em meu ...