Feche seus olhos e imagine. É você no lugar dela. Não no meu, não no seu: no dela. O bebê em meu colo.
É seu pai, é sua mãe. Não somos nós. São eles. E então, não seria você. Jamais teria havido você, se ele tivesse te ensinado a ser como você é.
Foi você. Não foram eles, não fui eu.
Mas poderia, e ainda pode, ser sua irmã. Poderia, e ainda pode, ser nossa filha. E meu coração se quebra.
Minha dor é grande, mas sendo ela, seria inominável.
Também pode ser a outra. E se for, espero que ela não seja como eu. E te impeça de continuar sendo assim: como você escolheu ser, e é.