quinta-feira, 12 de abril de 2018

Ele

Ter-te em meu abraço é por demais arriscado. Estarás muito próximo de meu coração, e talvez ele se abra em demasia e queira abrigar-te por tempos mais longos que duas garrafas de vinho e o segurar de minha respiração.
Eu te pedirei para ficar, e você ficará em meu peito, independente do que faça teu corpo.
Ter-te assim tão perto é perigoso, incontrolável. É como tentar deter o cheiro do café recém passado numa casinha na serra ao amanhecer.
Resisto, mantenho a distância... Temo apergar-me demais ao aroma irresistível, inomeável, e não palpável que existe entre nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

cura

Disseram-me que eu me curaria. Mas como me curar da própria vida, da própria história, daquilo que indiscutivelmente desenhou linhas em meu ...