Sou
uma criança, não entendo nada – Erasmo Carlos
“Antigamente
quando eu me excedia
Ou
fazia alguma coisa errada
Naturalmente
minha mãe dizia:
"Ele
é uma criança, não entende nada"...
Por
dentro eu ri
Satisfeito
e mudo
Eu
era um homem
E
entendia tudo…
Hoje
só com meus problemas
Rezo
muito, mas eu não me iludo
Sempre
me dizem quando fico sério:
"Ele
é um homem e entende tudo"…
Por
dentro com
A
alma atarantada
Sou
uma criança
Não
entendo nada...”
Depois
das palavras do Tremendão, acho que nenhuma crônica é necessária,
né? Somos Benjamim Button na vida, tirando a forma física que decai
a cada dia, a única certeza que tenho é que cada dia é mais
incerto.
Há
11 anos eu acabara de terminar o ensino superior, na área que eu
tanto amava. Havia encontrado o Sr. Perfeito com quem eu namorava –
e com quem dividi os últimos 11 anos da minha vida. Tudo parecia
definido, era só seguir o curso natural da vida. Eu segui.
E
os planos às vezes davam meio errado, mas lombadas fazem parte da
estrada, certo? Eu sabia onde estava indo, portanto seguia meu
caminho de peito aberto.
Até
que de repente uma adutora rompeu, e o chão cedeu sob meus pés.
Vi-me novamente sem saber para onde ir. Aos trinta e quatro anos
tenho tão poucas certezas: sei que minha mãe é o grande amor da
minha vida; que amo doguchos; que tenho os melhores amigos e só. Não
faço a mínima ideia de para onde estou indo. De quem sou; se estou
pronta… na verdade sei que não estou pronta pra nada.
Não
sei se canto ou se aprendo a pilotar uma moto e sumo de minha própria
vida. Quero fugir, e nem sei para onde e por tanto não saber –
deito e durmo. Aguardo um sinal cósmico que me diga que estrada
percorrer agora que não preciso mais percorrer aquela que precisava
ser caminhada. Segui por onde esperavam e fracassei com “F”
maiúsculo. Deixarei algo para trás, é impossível trilhar mais de
um caminho ao mesmo tempo, já dizia Robert Frost, autor de um dos
meus poemas favoritos. E por ter tantas possibilidades sento-me
impacientemente na pedra em meu caminho.
Nunca
senti-me tão livre, jamais senti-me tão perdida: de mim, no mundo.
Deito-me e espero a tempestade passar, com fé que as nuvens
desabarão e com sua queda abrirão meus olhos… mas sei que
seguirei tateando por aí – cega, perdida, estúpida… errando,
errante.
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