Tenho o dom da palavra, ou sua maldição. Elas povoam minhas ideias e transbordam meus olhos, minha boca, saem pelas pontas dos meus dedos. Sou toda verbo.
Falo, faço, amo, me orgulho.
Não sou pretérito, sou presente, e não me interesso muito por me conjugar no futuro.
Vou dizer-te o que sinto, sem me preocupar com seus adjetivos, modos, e sua sintaxe.
Fuja se não souber me conjugar, interpretar minhas palavras retas. Não quero que você seja uma oração subordinada, ou apenas um objeto. Quero que seja sujeito, ainda que oculto. Que se flexione e se escreva em mim, sem planejar ser best-seller. Nada te exijo, porque pouco posso dar. Não uso interrogações quando não posso lidar com seus pontos finais e frases curtas, e seu silêncio.
Você é verbete sem definição, quero que continues assim, independentemente do tempo, do modo, dos advérbios.
sexta-feira, 20 de abril de 2018
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